segunda-feira, 25 de outubro de 2010

1013 - Abelard Jacques Noronha: um dos maiores colorados


Hilda Arregui Noronha, viuva de Abelard Jacques Noronha, posando diante da foto do marido, na sede do clube.

O caiense Abelard Jacques Noronha foi presidente do Inter nos anos de 1943 e 1944, tendo sido campeão gaúcho nos dois anos.
Segundo conta sua viúva, Abelard era realmente apaixonado pelo clube. Tanto que escrevia um diário descrevendo todos os jogos do seu time. Era um estudioso do futebol e, conforme relata o cronista Wianey Carlet,  "era considerado grande entendedor de futebol.
Abelardo era um homem elegante, alto, magro, usava gravata com alfinete de ouro e abotoaduras. Sempre que o Internacional perdia um treinador e estava com dificuldade para encontrar um substituto, alguém lembrava, invariavelmente:
- Chama o Abelardo.
E lá ia o homem do alfinete de ouro e abotoaduras. Orientava treinamentos, definia escalação e comandava o time até o Inter encontrar um profissional da área."
Abelard foi treinador do Inter em duas ocasiões, nos anos de 1960 e 1963.
O colunista Nico Noronha, no UOL, comentou o fato do Grêmio Futebol Portoalegrense só aceitar jogadores negros a partir de 1952:
"A decisão tinha uma motivação forte. Nos últimos 20 anos o clube que só mandava à campo jogadores da cor branca, conquistara apenas duas vezes o campeonato regional, enquanto o Internacional, principal rival, e que desde os anos 30 se utilizava de negros, no mesmo período vencera 12 campeonatos. "Era negro? Era bom? Era nosso", foi uma frase imortalizada por um dos presidentes colorados dos anos 40, Abelard Jacques Noronha."
Em http://www.fredcolorado.com.br/site/1944-estes-eram-machos-tche.html  se pode ler uma bela história de futebol envolvendo o caiense Abelard Jacques Noronha, então presidente do Inter.
A época em que Abelard foi presidente, fez parte da mais brilhante fase do Inter, a do Rolo Compressor. Esse era o nome de um time brilhante que conquistou o exacampeonato, dos anos 1940 a 1945. 
Adãozinho, um dos maiores craques colorados, foi para o Internacional em 1943, descoberto pelo presidente Abelard Jacques Noronha, atuando no time de aspirantes. Em 1944 já era titular do famoso "Rolo Compressor" colorado. Neste mesmo ano, foi descrito por Ary Barroso como um atacante "satânico". Disputou 30 Grenais, vencendo 19, empatando 7 e perdendo 4, marcando 16 gols em clássicos. Jogou pela Seleção Brasileira em duas partidas oficiais: Brasil 1 x 1 Uruguai, em 1947, e Brasil 2 x 4 Uruguai, em 1948. Foi convocado para a Seleção na Copa de 1950.
O texto a seguir, extraído do site da Prefeitura Municipal de São Sebastião do Caí fala da tia de Abelard.
"Maria de Lourdes Jacques Noronha nasceu em São Sebastião do Caí em março de 1910, onde residiam os seus pais Marcos Flores de Noronha e Josefina Jacques Noronha.

Aos 12 anos foi estudar em Porto Alegre no Colégio Bom Conselho, do qual saiu para casar-se com o médico Arthur Coelho Borges.
Herdou do seu pai a Fazenda Socorro de Vacaria, tornando-a uma fazenda modelar. Nas viagens, sempre dava valor à cultura e, ao viuvar, casou-se com o agropecuarista Hermes Pinto, de Uruguaiana.
Em 1989, publicou o livro “Antigas Fazendas do Rio Grande do Sul”, fruto de muita pesquisa e, em 1990, o seu segundo livro:  “Europa nos Anos Dourados”.
Faleceu em 1991, aos 81 anos de idade. 

Nota extraída do blog do deputado Francisco Appio presta mais algumas informações sobre Maria de Lourdes e sobre seu sobrinho Abelard Jacques Noronha:
"ABELARDO NORONHA, filho de Abelard Jacques Noronha, ex proprietário da Fazenda do Socorro, confirma que recuperou 4.500 peças, roupas e objetos, que pertenceram à sua tia Maria de Lourdes Noronha, conhecida pela cultura e por suas viagens à Europa. "A maior parte dos seus vestidos estavam expostos no Museu da Baronesa em Pelotas, mas foram recuperados e, em comodato, cedidos ao Museu Municipal", esclarece Abelardo, que também atende pelo apelido de Nê. Ele herdou do pai a paixão pelo futebol. Abelard Jacques Noronhafoi conselheiro e presidente do S. C. Internacional, morreu em 1997. Sua mãe, com mais de 90 anos, reside em Porto Alegre. 
Abelardo e Maria de Lourdes nasceram em São Sebastião do Caí."






Largo Abelard Jacques Noronha 


Através da lei Nº 8190 de 15/07/1998, a prefeitura de Porto Alegre homenageou Abelard Jacques Noronha dando o seu nome ao logradouro que liga a rua Mostardeiro ao Parque Moinhos de Vento, no bairro de mesmo nome.


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