3504 - A festa do Caixeiro Viajante

Edmundo Schaeffer foi um caixeiro viajante. Mas não no tempo
em que esses profissionais andavam em lombo de cavalo ou mula.

O dia 1º de outubro, dia do caixeiro viajante, era intensamente comemorado no estado até meados do século XX. 
Em Santo Ângelo, Edmundo Schaeffer que era, ele mesmo, um membro dessa categoria profissional, gostava de participar do desfile que ocorria na rua central da cidade nesse dia.
E, é claro, não deixava, também de fotografar o evento.
Em 1942, na cidade de Santo Ângelo, ele desfilou representando o papel de um musterreiter à moda antiga. Montado a cavalo e levando o mostruário no lombo de um burro.
Hoje esse tipo de profissional era conhecido como representante comercial ou vendedor viajante.
No passado foi mais conhecido como caixeiro viajante. A palavra caixeiro significava vendedor de balcão. Aquele que atendia aos clientes nas lojas.
Antigamente, todos os estabelecimentos comerciais tinham balcão e o cliente era atendido por um caixeiro. O auto-atendimento - sistema no qual as pessoas percorrem a loja pegando os produtos que lhe interessam - surgiu somente na década de 1930, nos Estados Unidos e, no Brasil, só começou a propagar-se na década de 1950. O grupo Joaquim Oliveira, em Pelotas, é considerado pioneiro da modalidade no Brasil. Essa grande empresa, fundada por um imigrante português, abriu um supermercado no ano de 1952.
O supermercado, em princípio, elimina a figura do caixeiro e a palavra caiu em desuso.
Na colônia alemã, o caixeiro viajante ficou conhecido pela palavra musterreiter.
Palavra que pode ser traduzida como cavaleiro do mostruário.
O caixeiro viajante levava consigo um mostruário de produtos e, chegando a um estabelecimento comercial, anotava pedidos. Ou seja relacionava os produtos que o comerciante desejava adquirir e as quantidades dos mesmos. O musterreiter levava o pedido à empresa para a qual trabalhava e essa providenciava a entrega para o cliente.
Operações que eram muito demoradas no tempo em que os meios de transporte mais usados eram o cavalo (ou mula) e a carreta de bois.

Fotos de Egon Arnoni Schaeffer