Bandeira do Império Brasileiro, que Chico Pedro defendeu lutando contra os revolucionários farroupilhas |
Conhecido como “Chico Pedro” ou “Moringue”, Francisco Pedro de Abreu nasceu em Porto Alegre no ano de 1811, filho do Português Pedro Gomes de Abreu e Maria Alves Azambuja. Começou a aparecer e a distinguir-se desde o inicio da Revolução Farroupilha, como chefe legalista.
Na Guerra, foi muito ativo, valente e ardiloso, razão pela qual era respeitado e temido como homem de surpresas, que, aliás, deram-lhe muitas vitórias. Tomou armas em defesa dos ideais da Monarquia entrando para o serviço da legalidade, no posto de Major, sendo logo escolhido, para desempenhar arriscadas comissões de confiança, a que sempre deu o mais cabal desempenho.
Em 1º de setembro de 1838, foi atacado no Arrio Petim, por um corpo revolucionário sob o comandando de Amaral Ferrador, saindo vencedor e tendo recebido um ferimento.
Surpreendeu e destroçou, a 19 de setembro de 1839, no Arroio dos Ratos, o Coronel José Manoel Leão que ficou morto no campo de luta.
Neste encontro, foi prisioneiro e ferido por um golpe de espada no rosto, sendo bem jovem, o soldado José Ferreira da Silva Junior, que obrigado a sentar praça no exercito, serviu na Arma de Cavalaria, alcançando o posto de General.
Perseguindo o General Republicano Antonio de Souza Netto, surpreendeu-o, a 18 de junho de 1840 no Arroio Velhaco, nas raias do município de Cacimbinhas, fez alguns mortos e prisioneiros, entre eles o Coronel Affonso de Almeida Corte Real.
A 6 de agosto do mesmo ano, derrotou de surpresa perto de Capivari, um destacamento de revolucionários e a 25 de setembro aprisionou outro destacamento revolucionário em Roça Velha, sendo morto o comandante.
Depois de muitas marchas e contramarchas comandando isoladamente forças, o Tenente Coronel Francisco Pedro foi atacado em Santa Maria Chica pelo General Republicano João Antonio da Silveira e entrincheirando-se com a pouca infantaria de que dispunha numa cerca de pedra, ocasionou grandes prejuízos aos revolucionários que tiveram muitos mortos e feridos, dentre eles o comandante José Gomes Portinho, esta ação foi em 8 de junho de 1843.
A 27 do mesmo mês e ano aprisionou em Piratini os Coronéis José Mariano de Matos, oficial de engenharia, que mais tarde foi General e Ministro de Guerra da monarquia em 1864 e Joaquim Pedro Soares, um dos mais valentes vultos farroupilhas.
No porfiado combate do Cerro da Palma, a 16 de março de 1844, foi derrotado pelo Coronel revolucionário Antonio do Amaral.
Achando-se em Bagé o General Barão de Caxias Comandante-em-Chefe do Exército, tratando da paz e reconciliação da família Rio Grandense, Francisco Pedro, que de nada sabia, veio de Jaguarão a marchas forçadas, surpreendendo nos Porongos onde estava em descanso, confiando na palavra do chefe pacificador, o General republicano David Canabarro, em 14 de Novembro de 1844.
Terminada a Revolução Farroupilha, foi lhe concedido o titulo de Barão do Jacuí, pelos serviços prestados ao império.
Em 1849, D. Manuel Oribe preposto do ditador Rosas, de Buenos Aires, assenhorou-se do governo do Uruguai, perseguindo os estancieiros brasileiros, vexando-os e ameaçando-os de morte, tomando conta de mais de 100 estâncias cujos donos fugiam para não serem assassinados.
Revoltado por tantas injustiças e sendo uma das vitimas, o Barão de Jacuí, por um golpe de audácia, resolveu reunir e armar uma respeitável força, invadir o país vizinho. Porém o governo brasileiro, não admitiu essas reuniões que se concentravam sobre a fronteira de Quaraí e do Upamaroti, mandando as dissolve-las através dos Tenentes Coronéis Manoel Luiz Osório e Severino Ribeiro.
Mesmo Assim, a invasão deu-se e o experimentado Guerreiro Francisco Pedro conseguiu bater de surpresa e derrotar o Coronel Diogo Lamas, chefe militar do departamento de Salto, causando-lhe diversas mortes.
Também derrotou as cavalarias de Servando Gomes, no Arapeí, fugindo este, apoiado nas infantarias e por 4 bocas de fogo.
Essa cruzada reivindicadora teve o nome de Califórnia de Chico Pedro, e terminou em 1850, com a dispersão das forças.
Dia a dia, complicavam-se as relações internacionais do Rio da Prata e o Brasil viu-se obrigado a invadir o Estado Oriental em 1851.
Na organização dada ao exército em Santana do Livramento, pelo General Comandante-em- Chefe Conde de Caxias, em Ordem do Dia nº 15, de 28 de agosto daquele ano, foi o Coronel Barão de Jacuí, distinguido com o comando da 8ª Brigada de Cavalaria, composta da guarda nacional de Piratini, Pelotas e Jaguarão e de voluntários orientais.
Fazendo a marcha para Montividéu, expedicionou ao sul e a 11 de setembro de 1851, atacou e dispersou, nas imediações de Cerro Largo, a Divisão do Coronel Dionisio Coronel, das forças do Coronel Oribe.
Após a queda das tiranias de Rosas e capitulação de Oribe, em Montividéu, regressou ao seio da pátria.
No começo da Guerra do Paraguai, o Barão do Jacuí, reuniu uma divisão composta de pessoal da região serrana, da onde marchou para o exército de Uruguaiana, prestando seus serviços até a província de Corrientes, São Tomé, de onde regressou devido ao seu mau estado de saúde e avançada idade.
Faleceu no dia 6 de julho de 1891 em Porto Alegre.
Texto de Cássio Lopes postado pelo Núcleo de Pesquisas Históricas de Candiota
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